quarta-feira, 13 de maio de 2015

"TAP tem de dar passo atrás"

Terminada a greve de dez dias dos pilotos, o presidente executivo da TAP avisou esta terça-feira, numa mensagem aos trabalhadores da companhia a que o Negócios teve acesso, que a principal tarefa, no imediato, "passa por reajustar a empresa à sua adequada dimensão" Um trabalho, diz Fernando Pinto, que "é indispensável, independentemente do processo de privatização em curso".

"A TAP dispõe de um conjunto de profissionais de alto nível que dá garantias de que, no curto prazo, será possível construirmos um plano que corresponda às necessidades actuais que se traduzem numa expressão simples: dar um passo atrás para, em seguida, dar dois em frente", afirma Fernando Pinto. Na mensagem, frisa ainda que a "difícil situação vivida pela empresa exige que parem os sinais de instabilidade que continuam a ser dados ao mercado", apelando aos trabalhadores para que se concentrem em "salvaguardar o futuro da TAP".

O CEO recorda que a concorrência, na maioria dos mercados da empresa, "aumentou extraordinariamente", com "as companhias tradicionais a responder às 'low cost' com as mesmas armas, provocando uma significativa baixa da tarifa média". No entanto, reconhece, "os problemas vividos no Verão de 2014 fizeram-nos desviar a atenção do mercado, atrasando a nossa resposta".

Para Fernando Pinto, a greve de 1 a 10 de Maio voltou a colocar a empresa "no centro das atenções pelas piores razões, afectando a imagem da empresa e a sua credibilidade".

O Governo pediu à administração da TAP que na próxima semana lhe entregue um plano para mitigar os efeitos na tesouraria que a greve de dez dias convocada pelo sindicato dos pilotos veio agravar. De acordo com o Executivo, a paralisação teve um impacto de 25 milhões de euros nas receitas da TAP, a que se somaram outros 10 milhões em custos com dormidas, refeições e outras despesas de encaminhamento. (Negócios)