segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Ministro da Defesa garante que não vai faltar dinheiro para o reequipamento do Exército

O ministro da Defesa garante que não vai faltar dinheiro para o reequipamento do Exército. Nuno Severiano Teixeira assinalou, este domingo, o dia da força militar com elogios à prestação nacional e internacional. Outro dos objectivos é cativar os jovens para o serviço militar atingindo o número de 14 mil e 500
praças.

Severiano Teixeira, garantiu que qualquer atraso na modernização do equipamento militar dever-se-á a questões técnicas e não orçamentais.

"São programas absolutamente essenciais para manter o reequipamento ao nível das exigências das missões que hoje o Exército desempenha sobretudo no plano internacional", afirmou o ministro, à margem das comemorações do dia deste ramo das Forças Armadas, que teve lugar em Leiria.

Actualmente, há "vários programas que estão a ser executados" de acordo com a Lei de Programação Militar (LPM), mas têm-se verificado "contratempos técnicos" que nada têm a ver com constrangimentos orçamentais, garantiu.

"A Lei de Programação Militar está a ser cumprida ao ritmo que é necessário", afirmou o ministro, destacando ainda o facto de o conceito estratégico das Forças Armadas já obedecer aos princípios do novo Tratado Reformador europeu.

"O Exército tem desenvolvido no terreno uma nova vocação estratégica, com a participação nas novas missões internacionais", demonstrando a "sua capacidade de se constituir como produtor de segurança internacional", afirmou Severiano Teixeira, que destacou também o esforço do Exército em limitar o desperdício.

Economia no Exército

"Um exemplo claro de economia de escala e ganhos de eficiência, passíveis de reinvestimento ao serviço do Exército, é a concentração e modernização de infra-estruturas", disse.

Por outro lado, "a nossa independência, a nossa credibilidade e os nossos interesses defendem-se em fronteiras de segurança que não coincidem, hoje, com as fronteiras geográficas do Estado nacional", acrescentou o ministro, apelando à opinião pública para ser menos crítica da modernização das Forças Armadas.

"É tempo de ultrapassar reflexos antiquados e concepções arcaicas: Os riscos e as ameaças à segurança nacional e europeia são claros e evidentes e não se compadecem com respostas fracas" até porque "sem Forças Armadas fortes e modernas não teremos um Estado forte e moderno", salientou.

Novos equipamentos necessários

Exemplos dos "novos equipamentos que respondam aos novos requisitos" para o Exército, é a aquisição das viaturas blindadas Pandur, os carros de combate Leopard ou os empasteladores de engenhos explosivos.

"Estamos perante o primeiro grande processo de modernização de equipamentos levado a cabo para o Exército desde o 25 de Abril, que permitirá às Forças Armadas nacionais dispor de níveis de operacionalidade e de segurança do pessoal idênticos aos das modernas unidades militares dos países aliados", defendeu Severiano Teixeira.

Profissionalização das Forças Armadas

Para o ministro, "não valeria a pena ter feito a profissionalização das Forças Armadas e o esforço da reestruturação se mantivéssemos em operação equipamentos obsoletos".

No seu discurso, o ministro revelou também que já teve início a aprovação legal para a adaptação do ensino superior militar ao processo de Bolonha e está em fase de consulta a lei de programação de infra-estruturas militares, que visa "agilizar os processos de rentabilização e modernização do património afecto à defesa nacional e garantir a sustentabilidade do Fundo de Pensões dos militares".

Urgência na aquisição de helicópteros

Por seu turno, o chefe de Estado-Maior do Exército, o general Pinto Ramalho, defendeu a urgência que existe em relação à aquisição de helicópteros, uma solução que vem alargar a capacidade operacional deste ramo militar.

"Aguardamos com redobrada expectativa o lançamento dos concursos relativos à arma ligeira e às viaturas tácticas ligeiras com blindagem" mas, em especial, "o programa dos helicópteros ligeiros que, pela alteração técnico-táctica e pela sinergia operacional que introduz no Exército, a par dos helicópteros médios", permitirá "uma capacidade de resposta mais rápida, mais flexível e mais adequada às exigências do moderno ambiente operacional", salientou o general.

"A unidade de Aviação Ligeira é uma prioridade para o Comando do Exército, devendo ser dada sequência aos programas de aquisição das versões ligeira e média, com uma adequada revisão da lei da programação militar", disse o general, admitindo, no entanto que ainda não possui praças suficientes para cumprir os objectivos mínimos estabelecidos, ficando aquém em 1.500 homens.

Aumento da oferta salarial fora de questão

"Não podemos obrigar ninguém para que venha para o Exército", recorda o general, que rejeitou a possibilidade de aumentar a oferta salarial como facto de atracção, preferindo investir em acções de promoção junto dos mais novos.

Apesar disso, Pinto Ramalho relembrou no seu discurso que a "vocação última do Exército é fazer a guerra, sendo sensato ponderar esta realidade em termos organizativos e de equipamento" já que a actual conjuntura internacional "torna menos clara e cada vez mais ténue e indefinida, a fronteira entre paz e guerra".

A guerra de informação, defesa biológica e química, o laboratório militar, a revisão das carreiras militares foram outras das prioridades elencadas pelo responsável máximo da hierarquia. Fonte: SiC

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