sexta-feira, 29 de maio de 2015

Marques Mendes "não tem coluna vertebral"

No livro "A minha prisão - E se acontecesse consigo?", que chega esta sexta-feira às bancas, o antigo autarca classifica Teixeira da Cruz como alguém "sem princípios e carácter", que agiu por vingança após Isaltino lhe acabar com a avença que tinha na Universidade Atlântica. Já sobre Marques Mendes, acusa-o de ingratidão, referindo que o ajudou a chegar a ministro de Durão Barroso.

Os dois sociais-democratas são, ao longo de todo o livro, alvo de várias análises de carácter. Mas com mais intensidade a partir da página 49. Aí, começa por alegar que Mendes é um caso de "ingratidão típico". "Fi-lo presidente da EIA (instituição detentora da Universidade Atlântica), quando em 1999, me entrou no gabinete pedindo-me o cargo", conta Isaltino, lembrando que o advogado justificou o pedido "por ter contraído despesas em Bruxelas".

"Marques Mendes não tem coluna vertebral, aceita tudo", atira.

Diz depois que ajudou Mendes a chegar à tutela dos Assuntos Parlamentares, em 2002, contra vontade de Durão Barroso. "Foi assim que se tornou ministro de um homem que abominava e que o abominava. Nunca, porém, me agradeceu", conta, garantido que "todos estes episódios serão contados em profundidade e detalhe noutra obra" dentro de pouco tempo.

Todavia, lá vai libertando que, na opinião de Durão, o actual comentador da SIC integrava o grupo de "boys" sociais-democratas no Parlamento, composto, entre outros, por Miguel Macedo ou Azevedo Soares.

Quanto à ministra da Justiça, refere que o alegado sentimento de vingança da governante foi espoletado a partir do momento em que acabou com avença na Universidade Atlântica, onde esta "nunca apresentou" trabalho que justificasse o valor que recebia.

Terá sido, depois, em 2005, quando Teixeira da Cruz era presidente da Comissão Política Distrital de Lisboa do PSD e Marques Mendes presidente da Comissão Política Nacional do partido, que Isaltino garante ter passado à "categoria de inimigo". "Até então, era visto por aquela dupla como um adversário", salienta.

"(Ofereceram-me) nessa altura, a possibilidade de concorrer a diversas câmaras da área metropolitana de Lisboa", justifica, invocando que ao escolher ser independente por Oeiras provocou a ira da "dupla".

"Pessoalmente, tenho razão e factos que me permitem catalogar a ministra como pessoa sem princípios e sem carácter", escreve, de forma isolada, na página 212. (JN)